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No Expresso on-line li uma notícia interessante:
"O milagre da Ana Filipa
Ana Filipa é a primeira criança de seis anos com uma ruptura na aorta. Sobreviveu por milagre. Em todo o mundo só há dois casos iguais (...)
O rápido diagnóstico feito no Hospital de Évora pela equipa de pediatras e cardiologistas foi o primeiro passo para o salvamento da rapariga alentejana(...)
A empregada de balcão lembra que os médicos contactaram de imediato o Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide. (...)
"Ainda se pensou na hipótese de a transportar de helicóptero mas alguém lembrou que a trepidação da aeronave podia ser prejudicial para a criança", recorda Ângela Janeiro. O hospital, os bombeiros e a GNR de Évora coordenaram-se para levar Ana Filipa de ambulância até aos arredores de Lisboa. Rodeada de uma escolta policial para não haver carros a atrapalhar. No tempo recorde de 45 minutos, a menina alentejana saiu de Évora e chegou aos cuidados intensivos do hospital de Carnaxide. E pronta para ser operada. (...)
A cirurgia, liderada por Miguel Abecassis, embora complexa, por ser rara em pacientes desta idade e envolver a manipulação dos tecidos numa zona muito delicada, foi um sucesso. "
Se há conquista que os portugueses se podem orgulhar é precisamente a do SNS, criado no pós-25 de Abril.
O SNS permitiu que um país com baixos níveis de rendimento, e com um baixo grau de instrução da sua população, obtenha resultados, em termos de sáude, que igualam, ou mesmo superam, as mais ricas nações do mundo.
O NY Times não me levará a mal por usar um gráfico que ilustra a melhoria estrondosa dos cuidados de saúde em Portugal.
Assim, deste conjunto de países, em 1960, apenas o Chile tinha uma taxa de mortalidade infantil maior que a nossa. Em 2004, Portugal era do 10º do ranking, à frente de países como a Alemanha, EUA, Holanda, Suíça, Austrália ou Inglaterra.
Chamo ainda a atenção, para o Relatório Mundial da Saúde de 2000, que posicionava o desempenho do sistema de saúde português em 12.º lugar a nível mundial, entre 191 países, à frente, por exemplo, do Reino Unido (ver pág. 12 do Relatório).
Diga-se, que de acordo com o mesmo Relatório, Portugal gastava, à data, com a saúde, 8,2% do PIB (pág. 52 do Relatório) . Os EUA gastavam 13,7% do PIB (para obter uma performace inferior à nossa - 37º).
Vemos, pois, que o nosso SNS é uma história de sucesso.
Estou certo que se não fosse a nossa tendência para o pessimismo e auto-flagelação, os portugueses teriam um enorme orgulho do seu Serviço Nacional de Saúde.
E acima de tudo, estou certo que o clima de desconfiança que paira, muitas vezes, sobre o Serviço Nacional de Saúde interessa e é alimentado por aqueles que fazem da saúde um negócio.
Orgulhemo-nos, pois, do nosso SNS. Uma história de sucesso que, mais do que o milagre, salvou a vida da Ana Filipa.
Lê-se no Economist:
"The evidence from Portugal since 2001 is that decriminalisation of drug use and possession has benefits and no harmful side-effects".
A revista (que, convém dizer, defende políticas económicas fortemente liberais), lembra ainda as opiniões expressas por um certo líder da oposição, aquando da realização desta reforma:
"Some conservative politicians denounced the decriminalisation as “pure lunacy”. Plane-loads of foreign students would head for the Algarve to smoke marijuana, predicted Paulo Portas, leader of the People’s Party. Portugal, he said, was offering “sun, beaches and any drug you like.”"
Quando é que a direita portuguesa será capaz de acertar uma?
Gato escondido com o rabo de fora.
Nota: Para ser franco, desde o caso Freeport, que acredito pouco em manchetes de jornais, principalmente as do SOL. Os casos não são contudo comparáveis, uma vez que Dias Loureiro é arguido.
O blog Margens de Erro apresenta um gráfico sobre a evolução das intenções de voto nos diferentes partidos ao longo da legislatura.
O que ressalta de mais relevante neste gráfico é que as quebras mais significativas das intenções de voto no PS coincidiram com o lançamento, em alguma imprensa, de casos em o Primeiro-Ministro estaria envolvido. Ressalta igualmente que a forma determinada como o PS atacou a crise despoletada coma a falência do Lehman Brothers valeu-lhe uma subida nas sondagens.
O caso da licenciatura na Universidade Independente foi lançado nas páginas do Público, o jornal de Belmiro de Azevedo, pouco tempo depois da OPA da Sonaecom sobre a PT, ter falhado.
Já o caso Freeport foi desenterrado pela jornalista Felícia Cabrita (a mesma que andou a investigar o caso Casa Pia), do Jornal Sol, do qual é accionista Joaquim Coimbra, militante do PSD e, concomitantemente, accionista do BPN. O caso já havia sido trazido para a campanha de 2005 e tendo motivado uma condenação a 8 meses de prisão ao inspector da PJ José Torrão, por andar a tentar entalar Sócrates no caso.
Os dois casos tiveram em comum terem visado directamente a honorabilidade do Primeiro-Ministro, e terem ocupado as manchetes de jornais, durante semanas, a conta-gotas, com "notícias", pequenos factos, que nada provavam, omitindo alguns dados e exacerbando outros. Dezenas de artigos de opinião, mesas redondas, e claro, a inenarrável Manuela Moura Guedes, compunham o ramalhete. O objectivo de toda esta engrenagem nunca foi apurar a verdade, nunca foi reunir provas, mas apenas e só derrotar Sócrates.
Ambas as campanhas tiveram outra característica em comum: foram eficazes. Os gráficos do Margens de Erro demonstram-no e a direita sabe melhor que ninguém da eficácia deste tipo de ataques.
A oposição, nomeadamente a direita, falha de ideias, projectos e de líderes convincentes (é curioso a subida do PS quando Ferreira Leite entrou em cena), frustrada por nunca ter tido a capacidade, na sua existência, para modernizar e reformar o país da forma que o PS conseguiu, apostou então toda a sua energia no ataque desonesto a Sócrates.
E para perpetrar esse ataque tem poderosos aliados na imprensa. Como escrevi, aqui, grande parte da comunicação social está nas mãos na direita.
A existir asfixia democrática é de facto esta que permite que as próximas eleições sejam mais disputadas do que há um ano se poderia prever.
Fico, por isso, apreensivo quando vejo na imprensa novos ataques, desta vez usando as escutas a Cavaco, ou do ressurgir de notícias sobre o Freeport (que de nada trouxeram de novo ao caso). Questiono-me: "Qual será o impacto destas manchetes no voto no dia 27 de Setembro? Qual será o próximo caso a ser explorado até 27 de Setembro?" Já não falta muito para sabermos.
Ainda assim, e apesar de tudo, acredito na vitória de Sócrates, por dois motivos: pela falta de qualidade da líder do PSD e pelo trabalho desenvolvido pelo Governo PS.
Acredito que, no momento da verdade, os portugueses terão a capacidade de distinguir o trio do joio, e de premiar a capacidade e dinamismo do Governo.
Voltarei a este assunto noutro dia.
Aditamento - A notícia de hoje do DN, segundo a qual a inocência de Sócrates estaria a ser provada, apenas reforça o que escrevi ontem.
Significa isto que, no sector tecnológico, exportamos mais do que importamos. Lamento que estas notícias sejam praticamente ignoradas na nossa imprensa.
Concluo que apenas a mesquinhez e a inveja (porque outros não conseguiram fazer tanto) poderão justificar o facto de o Plano Tecnológico do Governo ser frequentemente ridicularizado.
Mais uma vez o Google ajuda a perceber que o Grande Professor de Economia que o PSD tem na manga, para além do que está a banhos em Bouliqueime, afinal também se engana, diria mesmo, espalha-se ao comprido.
A cegueira de António Borges, provocada pela sua crença no livre mercado, fá-lo dizer coisas que agora soam a rídiculo:
"Crise financeira não vai provocar recessão, apenas abrandamento", entrevista ao Público 30 de Março de 2008.
Na entrevista lia-se ainda que António Borges recusava um cenário de maior regulamentação:
"-A desregulação bancária foi longe de mais?
-De maneira nenhuma."
Definitivamente, Borges jamais vencerá o Prémio Nobel. Esperemos que este homem não venha nunca a ter cargos de responsabilidade no nosso país.
Aditamento - Carlos Santos, no Simplex, aprofundou este tema
O aprendiz dos Chicago Boys, António Borges, diz-nos que "Mesmo em termos daquilo que nós, PSD, podemos fazer quando formos para o Governo, o que se tudo correr bem será daqui a uns dias, não é evidente que haja muita coisa que se possa fazer, porque a situação é de tal maneira difícil, os problemas são de tal maneira grandes que a margem de manobra que o futuro Governo vai ter é muito limitada e o programa do PSD é deliberadamente prudente revelou".
Aparentemente, António Borges, vem contar-nos que não tem qualquer ideia para o país e que não sabe como combater a crise. Temo, no entanto, que o problema do PSD não seja totalmente a falta de ideias, mas antes a vergonha de as revelar.
De facto, não se pode dizer que António Borges não tenha uma concepção daquilo que pretende para o país. Até há cerca de um ano atrás, exprimia tais ideias com alarido. No entanto, a crise económica e a proximidade das eleições refrearam os seus ânimos.
Contudo, azar dos azares, há sempre o Google: "António Borges Privatização".
"- A CGD deve ser privatizada?
- Sou a favor da privatização. Não me parece indispensável que o Estado tenha a propriedade do maior banco de todos. Mas não acho que seja um problema grave. Temos tantos outros problemas e tantas outras privatizações a fazer... "
Deveria estar seguramente a pensar na privatização da Segurança Social de que também é defensor.
Desconfiemos, pois, desta aparente falta de ideias do PSD. As verdadeiras intenções do PSD apenas seriam conhecidas se o PSD vencesse as eleições.
A cega teimosiado dr. Cavaco, de Baptista Bastos
"(...)Nesta desconsolada refrega, o dr. Cavaco esvaziou de sentido o tópico essencial das suas funções: o de mediador. Vetou, e é assim. Uma vez ainda, demonstrou que não está empenhado em estabelecer consensos, em moldar harmonias. Há uma parte da sociedade que o aplaude. Certamente, a mais anacrónica, como se tem visto. Será a mais significativa? Duvido. É nesse número de portugueses que o dr. Cavaco sustenta as decisões tomadas. O que significa uma ausência de definição geral, propícia a introduzir a instabilidade e, por consequência, a incerteza. E as eleições estão à porta. Quero dizer com isto que o dr. Cavaco é o Presidente de alguns portugueses - e não, definitivamente, de todos."
Duelo ao Sol de Outono, de Ferreira Fernandes
"Um propôs a lei, o outro vetou - essa é que é essa. Poderíamos discutir a tal lei. Ela dá garantias mínimas (tímidas, até) a pessoas que estando "juntas de facto", isto é, "sem papel", podem vir a encontrar-se em situação dramática se alguma coisa der para o torto? Ela é demasiado moderna e precisa de mais ampla discussão? Ela separa as águas da sociedade portuguesa: os conservadores e os progressistas? Ela separa é outras águas: os pelo bedelho do Estado e os que são pelas escolhas do indivíduo?... Podia discutir-se tudo, se o Outono não estivesse tão próximo. Mas, estando, fiquemo-nos pelo essencial: um propôs a lei, o outro vetou. Então, já estamos a ver o filme: "PR contra PM - O Duelo", em todas as assembleias de voto perto de si. E por assembleia de voto entenda-se o nosso dia-a-dia até às legislativas. É ténis e nem é aos pares. Um contra um. Ora bola, Sócrates. Ora bola, Cavaco. Ontem, voltou a bolar Cavaco: não vetou a lei do sigilo bancário, que tinha sido aprovada com o não do PSD. Mas isso não está em contradição com o que é dito atrás? Não, isso confirma que Cavaco Silva é que vai a votos a 27 de Setembro. E sabe-o."
Parabéns pelo seu blog, especialmente por este "in...
Quanto custa o Mario?
E os Homens da Luta, por onde anda essa gente? E a...
Tantos erros, e nem um culpado!
O problema é a raqzão porque Afonso Camões não diz...