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O analista Marques Mendes
Este fim-de-semana, chamou-me a atenção a entrevista de Ricardo Salgado ao Expresso e uma nota do Diário Económico sobre uma notícia da FT dando conta de uma muito hipotética intervenção do FMI em Portugal.
Excerto da entrevista de Ricardo Salgado ao Expresso:
Expresso: "Quem ganha com isso (intervenção do FMI)"?
R Salgado: "São os que investiram maciçamente em CDS. Com as intervenções do FMI há agentes que beneficiam extraordinariamente dessas intervenções pela via da especulação".
Já a referência do Diário Económico sobre o artigo do Finantial Times diz-nos: Pedido de ajuda de Portugal é inevitável, dizem analistas
Vamos a ver, e entre os três analistas citados, dois deles são nossos velhos conhecidos: Marques Mendes e Paulo Rangel. O outro é um tal de Gary Jenkins, da Evolution Security (um analista seguramente tão brilhante na análise de mercados como os outros dois).
Sabendo nós, pelas declarações de Salgado, que a intervenção do FMI interessa sobretudo aos especuladores, ser-nos-á legitimo concluir que na fobia de derrubar o governo, altos responsáveis do PSD estão sobretudo a a dar uma mãozinha a estes agentes...Será que no PSD, ou na Presidência da República, não há quem consiga por cobro a estas atitudes de lesa-pátria?
Este gráfico divulgado pelo CC e publicado pelo DN parece-me essencial para desfazer alguns mitos que se criaram em Portugal sobre os governos mais despesistas. As três conclusões fundamentais são:
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Deus Pinheiro no seu gabinete em Bruxelas
Curiosa a forma como o actual Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, apresenta o seu CV: "...Chefe de Gabinete do Comissário Europeu (1993-1999)..."
Não seria útil esclarecer desde logo qual foi o Comissário Europeu que beneficiou da colaboração do agora Governador? A mim parece-me útil tal informação, tanto mais não seja para que se ficasse a saber com que pelouros trabalhou na Comissão.
Qual a razão de tanta parcimónia na divulgação destes dados? Será que é pelo facto de chefiar o Gabinete daquele que coleccionava títulos de pior Comissário do Ano não é um excepcional cartão de visita? Ou será que é porque não lhe convém recordar qualquer indício que o ligue ao PSD?
Exacto. E não são apenas os alemães. É espantoso que esta crise se converteu numa crise de finanças públicas; os défices, que são essencialmente o resultado da crise, estão a ser considerados retroactivamente como a sua causa. E ao mesmo tempo, pessoas influentes deste mundo agarraram-se à ideia da austeridade expansionista, e verificando que as alegadas evidências históricas que a sustentava entraram em colapso, tornaram-se ainda mais inflexíveis na defesa desta austeridade.
Esta história passa-se na muy poderosa, séria e incorruptível Alemanha. Axel Weber, Presidente do Bundesbank, o Banco Central Alemão, irá abandonar o seu posto e a sua candidatura a Presidente do Banco Central Europeu, para se manter no ramo, mas desta vez no Deutsche Bank, um banco privado, cotado em bolsa, no qual ocupará um alto cargo.
O Presidente do Regulador sai directamente para uma empresa regulada com a maior das lisuras. Não estamos a falar da América Latina, nem tão-pouco uma dessas ovelhas negras da Europa, leia-se países do Sul, a que agora se convencionou chamar periféricos. Estamos a falar da Alemanha, da Mercedes e da Siemens...
Que diriam se fosse em Portugal? Alguns comentários como "Só neste país de corruptos, onde isto já chegou" seriam inevitáveis, certamente. Desde logo pelos implacáveis Mário Crespos e Medinas Carreiras, mas como é na Alemanha...Bom, haverá concerteza um bom motivo para esta mudança de camisola.
De qualquer maneira, deixe-me o leitor colocar algumas questões, meramente teóricas, uma vez que tratando-se na Alemanha, não há que desconfiar:
- Que acções poderá um Presidente de um Banco Central ter feito para merecer a confiança de um Banco seu regulado?
- Quanto terá lucrado o Deutsche Bank com a crise da dívida na Zona Euro?
- Quantos títulos da dívida pública portuguesa terá o Deutsche Bank, e suas participadas, comprado nos últimos meses, beneficiando de taxas de juro elevadíssimas que actualmente os "mercados" ditam?
Eu sei caro leitor, são perguntas sem sentido, que apenas uma mente turtuosa como a minha se poderá lembrar...Que tolice...
O IEO (Independente Evaluation Office), orgão do FMI, responsável pela sua avaliação, num laivo de honestidade, afirma que foi o preconceito ideológico que impediu o FMI de prever crise financeira. O IEO afirma ainda que "A visão prevalecente junto dos quadros do FMI - um grupo coeso de macroeconomistas - era que a disciplina de mercado e a auto-regulação seriam suficientes para evitar problemas sérios nas instituições financeiras", e acrescenta: os quadros da FMI acreditavam que "os mercados podiam prosperar em segurança com um mínimo de regulação".
Não podia estar mais de acordo com este relatório. O liberalismo cria cegueira naqueles que confiam na ideologia dominante, tais são os lucros que esta ideologia garante a uns quantos (poucos).
Pena é que palavras sejam levadas pelo vento, e relatórios colocados na gaveta das curiosidades.
Acção, essa, nada muda. Ortodoxia orçamental, liberalização do mercado de trabalho, privatizações. São as receitas únicas que não foram alteradas nem com a crise e muito menos com um relatório do IEO.
Ainda a semana passada vimos uma task force do FMI/ CE / BCE chegar à Grécia e sair de lá com as mesmas recomendações: "A missão técnica afirmou na conferência de imprensa que o programa de ajustamento orçamental grego estava a ser implementado com sucesso, mas que o país precisava ainda de delinear e pôr em prática reformas estruturais significativas e aumentar o nível de privatizações previstas".
Enquanto for esta a ideologia dominante, como poderá, um país como Portugal, criar realisticamente outro caminho e outro tipo de soluções, neste mundo globalizado?
Porque não vemos o FMI a concertar os seus esforços na eliminação das off-shores, que são fonte de uma das maiores iniquidades deste tempo e que estimulam o não pagamento de impostos pelos mais ricos?
Porque não vemos o FMI escolher outros alvos para as suas recomendações e levantar a voz, por exemplo, contra um país como a Suíça, que para além de ser uma espécie de off-shore para empresas estrangeiras, fecha os olhos a tudo o que é lavagem de dinheiro oriundo dos crimes mais perversos que se perpetram neste mundo?
Como notou, e bem, Nicolau Santos este fim de semana no Expresso, o relatório do IEC demonstra que o FMI tem sido historicamente forte com os fracos e subserviente para com os ricos. Vemos por isso que nada mudou, tudo se mantém como dantes...
Mal amados cá dentro, desejados lá fora:
"No âmbito de um concurso público internacional na Argentina, a JP Sá Couto vai produzir e fornecer 500.000 computadores para três fabricantes, entre os quais uma multinacional japonesa", avança a empresa de Matosinhos em comunicado.
A JP Sá Couto explica que o projeto pode atingir, "nos próximos dois anos, três milhões de equipamentos através de subsequentes concursos internacionais, nos quais deverá assegurar a sua presença através dos parceiros já selecionados na primeira fase".
O computador Magalhães já está presente em países como a na Venezuela, o Uruguai ou a Hungria.
Em 2009, a JP Sá Couto atingiu um volume de negócios de cerca de 387 milhões de euros.
Parabéns pelo seu blog, especialmente por este "in...
Quanto custa o Mario?
E os Homens da Luta, por onde anda essa gente? E a...
Tantos erros, e nem um culpado!
O problema é a raqzão porque Afonso Camões não diz...