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Um artigo para ser lido aqui
Sabia que entre 1999 e 2007 a Alemanha teve um défice médio anual mais elevado do que Portugal?
Por estes e outros motivos o artigo de krugman deverá ser lido com atenção.
Para quem já passou por este blogue anteriormente, já sabe o que eu penso do estado dos nossos media: uma vergonhosa máquina manipuladora, que nos vende, em todas as suas edições, os ideais liberais que interessam aos empresários de direita que os detêm: privatizações, liberalizações das relações de trabalho. Pelo caminho, destroem os principais adversários políticos. No caso, o PS, cujos dirigentes são recorrentemente fustigados com difamações e insinações nada inocentes.
Importa, pois, divulgar um esclarecimento de Augusto Santos Silva no Facebook, porque é expectável que os media que divulgaram com gosto a difamação silenciem agora a resposta.
Já disponho da informação relevante relativamente ao assunto de que o "Correio da Manhã" fez manchete na passada terça-feira, dia 21 de fevereiro de 2012, sob o título "Cartões milionários na Defesa" e com a minha fotografia.
Tenho dois factos para divulgar e três comentários a fazer.
Os factos:
1. O total de pagamentos efetuados com o cartão de crédito que utilizei como ministro da Defesa foi de 2.954,39 euros (dois mil, novecentos e cinquenta e quatro euros, e trinta e nove cêntimos). Considerando que estive 20 meses nesse lugar, isto dá uma média mensal de 147,72 euros (cento e quarenta e sete euros, e setenta e dois cêntimos).
2. Os esclarecimentos que entretanto obtive tornaram firme no meu espírito a convicção de que na origem da "notícia" do CM está apenas a agenda político-mediática deste jornal. Na sequência do recente trânsito em julgado de um processo movido pela Associação Sindical dos Juízes ao anterior governo, os ministérios encontram-se obrigados a fornecer este tipo de informações.
Agora os comentários:
3. Agradeço ao Ministério da Defesa, na pessoa dos seus mais altos responsáveis, a celeridade com que me facultou a informação que solicitei, compreendendo a sua relevância para a defesa da minha honra pessoal e, na minha modesta opinião, também para a defesa da dignidade institucional das funções que tive o privilégio de exercer.
4. Acredito que os dados que agora divulgo serão suficientes para esclarecer a dúvida que vi ainda persistir, naturalmente, na mente de pessoas que de boa fé comentaram este caso: perceberão melhor que, tendo eu consciência, não do valor exato, mas da ordem de grandeza dos pagamentos que fazia com o cartão de crédito, não me preocupasse minimamente em averiguar qual o valor do seu "plafond".
5. É possível debater estas questões fora do círculo da demagogia populista. O que interessa é o valor global das despesas dos gabinetes dos membros do Governo, qualquer que seja o meio de pagamento usado (numerário, cartão, cheque, transferência, etc.). Este valor é documentado, despesa a despesa, por quem a faz. É certificado, despesa a despesa, pela secretaria-geral do ministério respetivo. É escrutinado politicamente pelo Parlamento e financeiramente pelo Tribunal de Contas. O seu valor anual consta das leis do Orçamento e dos relatórios de execução orçamental. É conhecido publicamente e regularmente objeto de notícias da imprensa.
Sobre o documentário de António da Cunha Teles ler aqui.
Não sei se será por respeitinho ao povo que se manifesta nas ruas, especialmente em Valência...
Milhares de pessoas voltaram a marchar hoje em Valência por um ensino de qualidade e contra as cargas policiais dos últimos dias."]
...Ou se é mero bom senso, a verdade é que o Governo de Rajoy não mostra ser um fanático adepto da austeridade.
["Espanha pede a Bruxelas menos austeridade para este ano
O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, considera um "suicídio" passar dos 8% de défice orçamental registados em 2011 para os 4,4 definidos para este ano e vai pedir o alargamento da meta à Comissão Europeia."]
Também parece ser verdade que a estratégia pode dar alguns, embora magros, resultados.
["Bruselas será ligeramente flexible con los objetivos de déficit de España de 2012
Fuentes comunitarias admitieron a EL PAÍS que Bruselas “flexibilizará ligeramente” los objetivos de recorte de déficit si varios países lo necesitan. España es uno de ellos. Y las próximas previsiones, que se conocen hoy jueves, auguran un desplome mayor de lo esperado: más recesión (o menos crecimiento) implica más destrucción de empleo, más cierres de empresas, menos ingresos públicos, más gastos en el seguro de desempleo y en muchos otros capítulos. Ese es el círculo vicioso que hay que romper".]
Concluindo, o Governo de Rajoy tem para já um mérito, que seguramente pessoas mais conservadoras apreciarão: Vem recordar que ser de direita não significa necessariamente ser-se estúpido.
Para o bem e para o mal, Portugal, com a venda da EDP e REN, não terá grande capacidade de impor a sua agenda energética. Agora, o Estado chinês terá sempre uma palavra decisiva na matéria. E a palavra está dada:
Se o Governo quiser dar uma benesse ao lobby do nuclear liderado pelo "empresário" Patrick Monteiro de Barros, terá de explicar isso muito bem à China.
A carta que apela a políticas de crescimento e de emprego e que Portugal não subscreveu pode ser lida aqui. Esta carta foi assinada por 12 líderes europeus, incluindo Espanha, Reino Unido, Itália, Polónia, Holanda e Irlanda.
Pode-se até não concordar com uma ou outra medida (e não concordo, de facto, com todas), mas o simples fato de se pedir um agenda centrada no crescimento e emprego, justificaria o apoio do governo português.
Mas por cá já se sabe: o Governo está deslumbrado com a austeridade (assim como a França e Alemanha, cujos líderes também não assinaram o documento), e deverá achar que a Europa não precisa de mais nada a não ser cortar na despesa.
Interessante é também o fato do texto apontar para algumas medidas que foram centrais nas políticas do anterior governo, nomeadamente a aposta nas energias renováveis.
Second, we must step up our efforts to create a truly digital single market by 2015. The digital economy is expanding rapidly but cross-border trade remains low and creativity is stifled by a complex web of differing national copyright regimes.
(...)
We must also continue our efforts to build modern infrastructure to provide better broadband coverage and take-up and extend and promote e-government services to simplify the start up and running of businesses and aid the mobility of workers.
(...)
Urgent action is also needed, nationally and where appropriate collectively, to remove planning and regulatory barriers to investment in infrastructure to release the potential of the single market and support green growth and a low-emissions economy.
(...)
Fourth, we must redouble our commitment to innovation by establishing the European Research Area, creating the best possible environment for entrepreneurs and innovators to commercialise their ideas and create jobs, and putting demand-led innovation at the heart of Europe’s research and development strategy.
(...)
We should also reinforce trade relations with countries in the southern neighbourhood. Fresh impetus should be given to trade negotiations with strategic partners such as Mercosur and Japan.
(...)
Seventh, we must act nationally and, respecting national competences, collectively to promote well functioning labour markets which deliver employment opportunities and, crucially, promote higher levels of labour market participation among young people, women and older workers.
Artigo de Mário Soares, no DN de hoje.
É certo que o argumento sempre utilizado pelo Governo é que "não há dinheiro". Mas talvez não seja bem assim. Há algum dinheiro que tem vindo a escoar-se em "buracos", alguns que são conhecidos, mas que o nosso Zé- -Povinho não soube como aconteceram. Tais como: o BPN, o BPP, e mais recentemente a Caixa Geral de Depósitos, a Madeira, etc., sendo que os presumíveis responsáveis continuam impunes e a Justiça, quanto a estes e a outros casos, mantém-se, silenciosa.
(...)
A vitória de Hollande - que será uma vitória da Esquerda - implicará uma mudança importante para a União Europeia. Não só por ele próprio o ter dito. Mas também porque o próximo ano - como hoje é claro - trará, provavelmente, outra derrota da Direita, a da chanceler Angela Merkel. Não parece haver dúvidas sobre isso. O que muda tudo. Tanto mais que em Novembro próximo é muito provável que Barack Obama conquiste um segundo mandato. Tenhamos pois esperança, porque uma nova política ajudará a vencer a crise. O mundo mudará, para melhor.
A notícia não mereceu a atenção da nossa imprensa, mas lá por isso (ou antes pelo contrário) não deixa de ser relevante.
"JP Sá Couto vence prémio por inovação no ensino escolar
A empresa que fabrica os computadores ‘Magalhães’, JP Sá Couto, foi premiada, na passada quarta-feira, na edição de 2012 dos Prémios Learning Without Frontiers (LWF), em Londres, na categoria “Inovação no Ensino Pré-Escolar e Primário”."
Curioso o apoio que a imprensa (principalmente a ligada à Ongoing) está a dar à política de incentivo à emigração tão acarinhada pelo Governo.
Brasil precisa de 60 mil engenheiros
Conheça a cidade alemã que quer contratar portugueses
Brasil precisa de oito milhões de técnicos superiores até 2015
Brasil vai precisar de oito milhões de quadros até 2015
Emprego lá fora: onde estão as melhores oportunidades?
E esta ainda é a melhor, porque vem do novo Presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional "Não há empregos, nem países para a vida".
É muito bonito ver assim uma imprensa tão colaborante com um Governo.
Além de se perder um ativo estratégico essencial para que Portugal tenha alguma capacidade de defesa dos seus interesses numa àrea tão sensível como é a da energia, a venda da EDP e REN privará o Estado de uma importante fonte de receita ad-eternum.
"Novos accionistas da EDP e REN encaixam 140 milhões em dividendos
A Three Gorges, que comprou 21,35% da EDP, poderá receber cerca de 110 milhões de euros, considerando a expectativa de que a EDP venha a acrescentar 1,1 cêntimos ao dividendo pago no ano passado. Já a State Grid e a Oman Oil, que entraram no capital da REN, encaixam à volta de 28 milhões, a valores de 2010".
Com mais esta receita amputada ao Estado, já conhecemos as consequências a prazo: cortes na saúde pública, na educação, aumento do preços de transportes, etc. O capitalismo selvagem em que vivemos está pronto para engolir o Estado Social!
Parabéns pelo seu blog, especialmente por este "in...
Quanto custa o Mario?
E os Homens da Luta, por onde anda essa gente? E a...
Tantos erros, e nem um culpado!
O problema é a raqzão porque Afonso Camões não diz...