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Como aqui se apresentou, Augusto Santos Silva escreveu no Facebook há dias:
"1. Em julho de 2011, o ministro das Finanças previa -1,7%.
2. Em agosto, já seria -1,8%.
3. Em outubro, ora experimenta lá pôr -2,8%.
4. Um mês passado, já corrigia para -3,0%.
5. Em fevereiro de 2012, a aposta vai nos -3,3,%.
(E, ninguém tenha qualquer dúvida, a série vai continuar...)"
E continuou mesmo:
Banco de Portugal prevê recessão de 3,4 por cento em 2012 e uma estagnação em 2013
Passos diz que não haverá mais austeridade, para já
Está visto que o contador da austeridade que foi colocado na margem direita deste blog, a 10 de janeiro deste ano, não levará muito a ser parado.
Tomo nota da falta de empenho do Governo português nas relações com o Brasil. Passos Coelho, ou mesmo Paulo Portas, pouco falam naquele país. O atual governo aposta tudo em Angola, que até merece ter o Ministro Relvas a cuidar das relações com aquele país. Por seu turno, Dilma Rousseff é praticamente ignorada.
A cereja no topo do bolo no desprezo com que este Governo trata o Brasil, está na vontade de rasgar o acordo ortográfico, e que já chamou a atenção da própria Globo.
Esta situação contrasta com a política do anterior governo que colocava o Brasil como central na política externa e que beneficiava da boa relação entre Sócrates e Lula.
Pessoalmente, preocupa-me que as relações entre Portugal e Brasil tenham esfriado tanto. Esta potência mundial emergente, que ultrapassou recentemente o Reino Unido como 6ª economia do mundo, tinha muitas lições a dar a este Portugal à deriva, nomeadamente, sobre a forma como tem conseguido reduzir drasticamente as desigualdades socias, construir uma classe média com poder de compra, e que é hoje o pilar do crescimento económico do país.
De início, era apenas um fetiche do Correio da Manhã. Agora passou a ser o tópico mainstream: Bater no Sócrates, mesmo já depois de emigrado.
Tudo serve, Parque Escolar, TGV, renováveis, PPPs, Freeport, Face oculta, cartões de crédito de Ministros, o café que frequenta em Paris. Tudo, literalmente tudo.
Público, Expresso, Económico, RTP, SOL, Correio da Manhã, Cavaco, Juízes, Ministério Público e Congresso do PSD todos convergem num ponto: os males deste país vêm todos desse pulha de nome José.
Parece-me que as razões para esta convergência no tiro ao Sócrates, passado um ano da sua retirada, são diversas, mas seguramente não inocentes. A areia que se atira aos olhos com estórias sobre o ex-PM interessa a muitos.
Nicolau Santos, no Expresso, lembra hoje, que enquanto se fala em Sócrates, não se fala do €6 mil milhões que usurparam do BPN:
"Em contrapartida, o ‘caso BPN’, que pode vir a custar aos contribuintes a exorbitante soma de €6000 milhões (!), está na paz do Senhor. Oliveira e Costa é o arguido mais conhecido mas o processo não faz manchetes nem avança, apesar dos nomes sonantes envolvidos na falência do banco. Pelos vistos, é muitíssimo mais urgente crucificar Sócrates, mesmo sem provas, do que defender o dinheiro dos contribuintes, com provas evidentes.”
Sem dúvida que o ponto de Nicolau Santos é pertinente.
Na minha opinião, a areia que nos atiram sob a forma de Sócrates, pretende sobretudo esconder o falhanço total da política que nos aplicam. Augusto Santos Silva, no Facebook, colocou bem a questão lembrando:
Agora que já toda a gente pode saber a dimensão da derrapagem orçamental dos dois primeiros meses do ano, talvez convenha ter em mente os erros que o ministro das Finanças, sob o verniz da sua sobranceria tecnocrática, vem sucessivamente cometendo. Por exemplo, esta sucessão alucinante de previsões para a quebra do PIB em 2012:
1. Em julho de 2011, o ministro das Finanças previa -1,7%.
2. Em agosto, já seria -1,8%.
3. Em outubro, ora experimenta lá pôr -2,8%.
4. Um mês passado, já corrigia para -3,0%.
5. Em fevereiro de 2012, a aposta vai nos -3,3,%.
(E, ninguém tenha qualquer dúvida, a série vai continuar...)
De facto, segundo os dados publicados esta semana, e que a nossa imprensa estoicamente tudo fez para esconder mostravam que Défice do subsector Estado quase triplicou.
O blog Ladrões de Bicicletas apresentou um gráfico que vale mais do que mil palavras para explicar o falhanço destas políticas. Estrondosa recessão, redução das receitas fiscais, mesmo após aumentos de impostos (a começar pelo IVA sobre a energia de 6 para 23%, cujos efeitos já se fazem sentir nestes primeiros 2 meses do ano)
Preparemo-nos, pois: a dimensão dos ataques a Sócrates serão directamente proporcionais ao falhanço deste Governo, que a imprensa tentará a todo o custo escamotear.
Numa altura em que as desiguladades atingem níveis idênticos de há cem anos, o Reino Unido, reforça a dose.
Com um todo um programa de Governo, assente no endeusamento da austeridade, a descambar (Défice do subsector Estado quase triplicou), o que é que o Jornal de Negócios, do Grupo Cofina (o mesmo do Correio da Manhã) prefere dar destaque?
Que a Grécia terá um novo ministro das finanças...
E você ainda liga patavina ao que esta gente escreve?
A arrogância de quem tem o rei na barriga, levou Isabel Vaz, Presidente do Espírito Santo Saúde, a dizer isto: "Só preciso que o Estado não me chateie".
Se houvesse jornalismo sério e competente ter-lhe-iam perguntado: "E não precisará a ES Saúde dos beneficiários da ADSE e da IASFA (Instituto de Acção Social das Forças Armadas)? Quanto paga o Estado por mês ao Hospital da Luz pelo facto da ADSE e IASFA subvenciarem as despesas incorridas pelos funcionários públicos / militares naquele Hospital? O Hospital da Luz seria viável sem esta subvenção? Isabel Vaz, cuspir na sopa que lhe dá de comer é muito feio.
Parabéns pelo seu blog, especialmente por este "in...
Quanto custa o Mario?
E os Homens da Luta, por onde anda essa gente? E a...
Tantos erros, e nem um culpado!
O problema é a raqzão porque Afonso Camões não diz...