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Soares dos Santos terá pensado:
"Se hoje é um dia de especial significado para os trabalhadores, irei pôr os meus lacaios a trabalhem mais do que nunca";
"Se os sindicatos apelaram ao boicote às minhas lojas, por obrigar os meus criados a trabalhar no 1º de maio, irei fazer-lhes ver que as minhas promoções falam mais alto que as reivindicações";
"Se esses comunas andam a fazer manifs na rua, irei demonstrar que o que o povo quer é arroz no prato, e que para isso lá está o meu Pingo Doce".
"Irei mostrar a esses comunas, quem manda aqui!"
Julgo que foi este tipo de pensamentos básicos e de hostilização à classe sindical que terão passado pela cabeça de Soares dos Santos para fazer um desconto de 50% nos preços no dia de hoje.
À primeira vista, foi uma enorme vitória da Jerónimo Martins. Filas à porta, lojas a transbordar, prateleiras vazias. Se calhar, foi uma vitória em toda a linha (e não apenas à primeira vista). Só o tempo o dirá.
Mas se eu fosse a Soares dos Santos não celebraria com muito entusiasmo.
A partir de hoje, ele é um rosto. Um rosto de um retrocesso de cem anos, em que o patrão punha e dispunha dos trabalhadores. Um rosto que já se tornara conhecido com a fuga da sede fiscal para Holanda, mas que hoje reforçou notoriedade.
Atrás dos tempos, tempos vêm. Num dia de desespero, o mesmo povo que hoje esperou ordeiramente pela sua vez na fila, poderá fazer-lhe uma nova visita bem menos cordial.
Parabéns pelo seu blog, especialmente por este "in...
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E os Homens da Luta, por onde anda essa gente? E a...
Tantos erros, e nem um culpado!
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