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Os dois homens na foto, Constâncio e Durão, têm muita coisa em comum: Foram líderes do PS e do PSD; ocuparam grande cargos da Nação (Governador do Banco de Portugal e Primeiro Ministro); ocupam altos cargos em entidades responsáveis pelo nosso resgate (Vice-Presidente do BCE e Presidente da Comissão Europeia).
Ocupam estes cargos europeus graças à projeção que os lugares que ocuparam a nível nacional lhes deram, e também graças à diplomacia nacional, paga com o nosso dinheiro, que trabalhou arduamente para que as suas candidaturas fossem bem sucedidas. O interesse nacional ficaria melhor protegido com tão altas figuras em cargos chave, diziam-nos.
Nestes tempos tão conturbados, tão críticos, tão humilhantes para Portugal, estes representantes parece que passam ao lado do que cá se passa.
Ouvimos a Presidente do FMI dizer que a Austeridade em excesso pode ter efeitos negativos, lemos que das três instituições da Troika, EC e BCE (i.e, aquelas que têm portugueses à cabeça) são as mais inflexíveis na mudança das políticas draconianas que estão a ser impostas aos países resgatados, incluindo Portugal.
Que andam, pois, a fazer estes homens por Portugal? Estão distraídos? Acreditam nas medidas que estão a ser impostas? Caso não acreditem, serão incapazes de impor a sua visão às instituições que lideram? (se assim for, porque não se demitem?)
Até admito que andem, em surdina, e discretamente, a defender os interesses de Portugal. Mas se assim for, chegou a hora de nos prestarem contas e de nos dizerem o que andam a fazer por nós.
Não aguentamos mais o silêncio complacente destes senhores face às barbaridades que nos têm sido impostas pela Troika.
Nota: O "Sítio com vista sobre a cidade" está à vontade para falar de Constâncio, porque sempre disse, no caso BPN, que o culpado é o ladrão e não o polícia. Mas o silêncio e complacência de Constâncio / Durão não são aceitáveis, e são mesmo repugnantes.
Um diz:
"Austeridade é única forma de ultrapassar a crise"
Outro diz:
"Solidariedade e não austeridade" fazem cumprir défice
Qual das duas acha que melhor defende o interesse nacional? E agora adivinhe qual destas frases foi dita pelo PM português?
Há qualquer coisa de estranho por aqui, não?
Cada vez que saem novas estatísticas, salta à vista o fracasso de toda esta política de austeridade, que ainda hoje foi tão elogiada por Passos Coelho.
O Banco de Portugal apresentou novos dados. Prevê -1,6% de queda do PIB em 2013. Em Março, há apenas 6 meses atrás, o BdP previa que em 2013 Portugal teria um crescimento zero.
Alguém ainda consegue explicar porque se insiste numa política que sai sempre pior que o previsto?
Na vizinha Espanha o governo conservador do PP decidiu acelerar a sua proposta para a suspensão temporária dos despejos que afetam as famílias mais vulneráveis. Isto porque em Espanha tem-se verificado uma onda de suícidios de pessoas que receberam ordem de despejo em função de incumprimentos face aos bancos. Ontem, foi a vez de Amaya Egaña, 53 anos, que se atirou da janela do seu apartamento no bairro de Burtzeña, em Barakaldo, no País Basco, no momento que ia ser desalojada.
Em contraponto com o comportamento de Rajoy, por cá, Cristas, sorridente, vem anunciar um lei que facilita o despejo dos inquilinos com dívidas aos senhorios. A nova lei dos despejos entra Segunda-feira em vigor.
Este governo não perde uma oportunidade para mostrar toda a sua vontade em massacrar os mais vulneráveis.
Presta-se pouca atenção à genialidade do humor de Bruno Nogueira. O humorista fica ensonbrado pelo Ricardo Araújo Pereira. Mas na comparação entre o "Tubo de ensaio" e o "Mixórdia de temáticas", prefiro de longe o primeiro: Humor mais certeiro na crítica política e social. Humor menos consensual ou politicamente correto.
O de hoje sobre a Isabel Jonet do Banco Alimentar é de chorar por mais e é uma excelente caracterização do pensamento mesquinho que caracteriza a direita portuguesa.
Aqui: http://www.tsf.pt/Programas/programa.aspx?content_id=904110&audio_id=2875867
Esta imagem que diz tanto sobre o que passamos foi tirada daqui
Stiglitz, Prémio Nobel diz-nos: "Com as actuais políticas em Espanha e na Europa "não há luz ao fundo do túnel". Diz-nos mais “O euro esteve assente na premissa de que os mercados são eficientes e estáveis. [No entanto], todas as evidências dos últimos 200 anos de capitalismo apontam na direcção contrária”, explicou Joseph Stiglitz.
Nesta linha o Governo parece que continua a acreditar que se Portugal fizer o papel de bom aluno, os mercados, esses seres bondosos, irão recompensar o nosso país e aliviar as condições de financiamento.
Portugal anda assim a fazer tudo o que os mercados podiam gostar: privatizar, liberalizar despedimentos, humilhar funcionários públicos, fustigar os trabalhadores por conta de outrem com impostos, poupar as SGPS com sedes em off-shores ao pagamento de impostos, financiar a banca sem a nacionalizar, avançar com a eliminação do estado social.
Apesar de tudo isto, os mercados respondem:
Fitch acredita num segundo resgate financeiro de Portugal
Juros a dez anos disparam mais de 30 pontos base
Que mais é preciso fazer para que Portugal e a Europa passem a dar ouvidos a Prémios Nobel da Economia, como Stiglitz, em vez de continuar a acreditar na ladínha da austeridade regeneradora, que nos é vendida pelos Camilos Lourenços da nossa praça?
Ontem, ouvimos Marques Mendes dizer que a solução que o Governo / FMI está a preparar para o país passa por uma avalanche de novas privatizações concessões a privados de vários serviços públicos.
Do outro lado do Atlântico, a propósito do furação Sandy foram relembradas as palavras de Romney durante a campanha nas primárias do partido republicano, em 2011. Segundo Romney os gastos no Federal Emergency Management Agency - FEMA (o equivalente à Proteção Civil em Portugal) são imorais. Romney prossegue com argumentos parecidos com os de Passos Coelho na questão da refundação do Estado: "Temos de repensar o que o Estado pode ou não fazer, porque temos um dívida crescente", diz Romney.
Para Romney, a solução ideal é igual à de Passos (e que ontem Marques Mendes anunciou na TVI): "PRIVATIZAR" a FEMA.
Agora que o furacão destruiu e matou, agora que o trabalho da FEMA foi elogiado pelo auxílio prestado às populações, as palavras de Romney em 2011 podem vir a sair-lhe caro.
A imprensa não gosta de falar do BPN, a não ser que dê para bater no Constâncio. De vez em quando lá sai uma coisita, mas apresentado como se fosse a coisa mais natural do mundo: Maria Luís Albuquerque conhecia avaliações ao BPN
Parece q as avaliações do BPN feitas pela Deloitte e Caixa BI foram ignoradas, e o BPN vendido por cerca de 1/3 do valor avaliado. Razão tem o Marques Mendes ao dizer que a solução para o país passa por mais privatizações.
Parabéns pelo seu blog, especialmente por este "in...
Quanto custa o Mario?
E os Homens da Luta, por onde anda essa gente? E a...
Tantos erros, e nem um culpado!
O problema é a raqzão porque Afonso Camões não diz...