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O momento em que as "esquerdas" se aliaram à direita para derrubar o governo socialista ficou registado para a história.
O que se passou a seguir sabemos nós hoje. Este voto permitiu a ascenção ao poder de Coelhos, Gaspares, Relvas, mas também dos Borges ou Catrogas. E foi também com este voto que a chegada da Troika se tornou irreversível.
Sabemos também que o povo pagou com dor esta jogada de taticismo político das "esquerdas" e que tão bem aproveitada foi pela Direita para chegar ao poder e orquestrar o maior ataque às classes desfavorecidas e à classe média que já alguma vez havia sido feito em Portugal desde o 25 de abril.
23 de março de 2011. Um dia triste para Portugal, mas que já mais esquecerei, especialmente nos dias em que tiver de ir votar.
...pelo menos, assim me foi vendido. Sai Gaspar, entra Paulo Macedo para as Finanças. Remodelação no início da Abril.
Recomendo a crónica de Ana Gomes hoje na Antena 1
Algumas ideias-chave:
A queda de um paraíso fiscal chamado Chipre.
O ruir de um compromisso de Merkel, Barroso e Rehn em garantir os depósitos abaixo dos €100.000
A proposta da criação de uma moeda única para países do sul da Europa (gosto desta proposta)
A frase que dá título a este post é de Kenneth Rogoff e foi proferida em entrevista ao Expresso desta semana. Rogoff é Prof. da Universidade de Havard e co-autor de This Time Is Different: Eight Centuries of Financial Folly (uma obra que analisa crises financeiras globais e bancarrotas desde o século XIV).
Um excerto da entrevista:
"Expresso:
- Mas essa é a pedra basilar da mensagem política que é dada por Bruxelas- que o que se fez, em condições limite, com a Grécia é uma exceção a não repetir.
Rogoff:
-A UE seria louca se chutasse a Grécia para fora. Tornar-se-ia vulnerável. Por isso atuou. Mas o que eu acho é que são muito prováveis mais restruturações de dívida - não necessariamente transparentes
- E: O que entende por restruturações não transparentes?
- R: Juros mais baixos é uma forma de reestruturação. Garantias implícitas dadas pelo BCE também são. Um conjunto de políticas designadas por repressão financeira à escala da zona euro, também."
Fico totalmente convencido sobre a inevitabilidade de uma restruturação. E gosto desta sugestão de se baixarem os juros. Reeembolsava-se o capital, mas não os juros.
Para além de ser uma questão de sobrevivência coletiva, é também uma questão de justiça: não pagar os juros usurários que nos cobram há 3 ou 4 anos a esta parte é justíssimo.
Diz-nos a wikipedia que Horacio Verbitsky é um jornalista de investigação argentino. Entre a sua obra, encontra-se El silencio
A Amazon apresenta a seguinte sinopse de El silencio:
Cuando la Comision Interamericana de Derechos Humanos visito la ESMA en 1979 no encontro ni rastro de los prisioneros. Con la ayuda de la Iglesia, la Armada los habia escondido en la isla El silencio, el lugar habitual de recreo del cardenal arzobispo de Buenos Aires. No se conoce otro caso en el mundo de un campo de concentracion en una propiedad eclesiastica. Las relaciones secretas que este libro revela despues de casi tres decadas de silencio incluyen la seduccion que el almirante Massera ejercia sobre el papa Paulo VI, el doble juego del ahora cardenal primado Jorge Bergoglio, la colaboracion del nuncio Pio Laghi y del secretario del vicariato castrense Emilio Graselli con el programa de reeducacion de prisioneros de la ESMA. Con la prosa apasionante de un thriller, Horacio Verbitsky describe la fascinacion del mal sobre una institucion cuya finalidad declarada es hacer el bien.
Cardeal Jorge Mario Bergoglio
Aqui apresentei o meu palpite, falhei no nome, mas julgo que não me equivoquei nas razões da escolha.
Kishner na Argentina, Dilma no Brasil, Morales na Bolívia, Mujica no Uruguai, Maduro na Venezuela, protagonizam movimentos políticos progressistas na America Latina, que têm sido bem sucedidos na mitigação das diferenças sociais e que retiraram milhões da pobreza.
O continente com mais católicos vive assim uma profunda convulsão social e política, que tem escapado ao controlo de uma classe dominante. É neste contexto, que Bergoglio chega a Papa Francisco.
Giles Tremlett, reporter do The Guardian, adjetiva Bergoglio como um conservador que fez manchetes em 2009 ao criticar publicamente o Governo de esquerda de Ernesto Kirchner, marido da atual Presidente da Argentina.
Os atuais líderes da América Latina terão pois no Papa Francisco um adversário político.
Se o polaco Karol Wojtyła foi eleito Papa para acabar com o comunismo, Bergoglio foi eleito para colocar a América Latina nos carris.
A história repete-se.
Tenho um palpite: Odilo Sherer, 63 anos, filho de imigrantes alemães radicados no Rio Grande do Sul, Arcebispo de São Paulo desde 2007 será o futuro Papa.
Explicarei o racional deste palpite quando forem conhecidos os resultados do Conclave.
Para já, fica uma entrevista de Sherer em Abril de 2012. Aqui.
Barroso, Blair, Bush e Aznar a declararem guerra ao Iraque, nos Açores, em 2003
Dois dias depois de Krugman, num artigo a que deu o nome de "Bushização do Berlaymont", ter comparado a Comissão Europeia de Durão Barroso a George Bush, pela forma como a Comissão defende o indefensável, que faz lembrar, na opinião de Krugman, a forma como Bush defendia a guerra no Iraque, o Expresso deu hoje início à campanha para as presidenciais de 2016.
Conhecendo o Expresso como conheço, não tenho dúvidas em apontar quais os objetivos deste semanário, propriedade do militante n.º 1 do PSD. Fazer eleger Durão vai ser uma tarefa dura, mas aqueles que se intrometerem poderão esperar artilharia pesada, como já aconteceu no passado na eleição de Cavaco.
Se queria fazer referências a Durão, é extraordinário que depois de 4 anos e meio a engolir sucessivas malfeitorias que nos são impostas pela Comissão, o Expresso nunca se tenha lembrado de escrever títulos como este:
"Durão de braços cruzados perante as agências de rating";
"Durão exige cortes nos subsídios de férias e Natal";
"Durão quer cortes na educação e saúde";
"Durão neglegencia efeitos da austeridade ";
"Durão menos flexível que Lagarde".
Rehn, Comissário Europeu, à direita na foto
Traduzo o artigo de Krugman, cujo humor tem sido mal recebido na cinzenta Comissão Europeia, como aqui descreve o Jornal de Negócios.
"As Baratas e a Comissão Europeia:
Escrevi por diversas vezes sobre as ideias do tipo “baratas” na economia – ideias que tentas atirar pelo cano abaixo, mas que continuam sempre a aparecer de novo (Serão as ideias tipo “baratas” o mesmo que ideias zombie? Não exatamente, diria eu; Eu considero as ideias tipo “baratas” como conceções erradas que perduram no tempo, porque as pessoas que as defendem apenas desconhecem factos básicos, enquanto as ideias zombie são defendidas por pessoas que se recusam a considerar todas as evidências contrárias).
De qualquer forma, Ambrose Evans-Pritchard apanha Olli Rehn com uma barata:
«Sendo certo que o tom está a mudar, não há sinal do abandono do apertão do cinto fiscal. “Como a dívida pública media ultrapassa os 90 pontos percentuais na União Europeia, não creio que haja espaço de manobra para que se abandone o caminho da consolidação orçamental”, disse Olli Rehn, Comissário Europeu para os assuntos económicos.
Disse ainda: “Não resolveremos o nosso problema de crescimento, acumulando novas dívidas em cima das antigas”. Ao refutar os seus críticos, Rehn disse que John Maynard Keynes não seria também ele um Keynesiano nas atuais circunstâncias».
Ah claro, o velho argumento: “Quando o Keynes escreveu em 1930s, os governos não estavam tão endividados como hoje”. Já vimos este filme:
O extraordinário é que homens que nada sabem sobre teoria ou história de crises precedentes estão convencidos que sabem o que fazer na crise atual; e estão confiantes que as suas receitas não são afetadas pelo facto de tudo ter saído furado até agora. E claro, ainda mais extraordinário é o facto de esses homens ainda estarem ao comandando das operações".
Parabéns pelo seu blog, especialmente por este "in...
Quanto custa o Mario?
E os Homens da Luta, por onde anda essa gente? E a...
Tantos erros, e nem um culpado!
O problema é a raqzão porque Afonso Camões não diz...