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Ao ouvir ontem Paulo Portas a apresentar o chamado "Guião para a reforma do Estado", em que uma série de agressões ao Estado Social foram enunciadas com voz cândida, ao ver comentadores alegres com a inevitabilidade de algumas dessas canduras, não pude deixar de lembrar deste extraordinário discurso de Pedro Nuno Santos em 2011.
A direita ganhou. E ontem foi mais uma demonstração dessa vitória.
Mas a história já se sabe não acaba aqui, ou como diz Pedro Nuno Santos "a direita nunca conseguirá derrotar a história".
Freitas do Amaral ontem veio dizer que estamos a caminho de uma ditadura.
Na verdade, já temos:
Em passinhos de lã, a ditadura vai avançando...
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Sempre que posso oiço, pelas 8h40, o Contas do Dia, de Nicolau Santos, o melhor jornalista económico do pais.
Gostei particularmente do programa de hoje, em que Nicolau Santos fala do cansaço. Do cansaço da austeridade que tem conduzido a paupérrimos resultados.
E fala também das diferenças entre a intervenção do FMI em 1983 e a de hoje. Para o jornalista as diferenças são evidentes:
Em 1983 vivemos apenas dois anos de recessão, e as nossas exportações aumentaram 40% após a intervenção do FMI, suportada por uma desvalorização da moeda.
Por estes dias, como não se pode mexer no valor da moeda, alguns iluminados pensam que podem replicar o efeito de uma desvalorização, através da redução de salários. Mas a realidade já provou que os efeitos não os mesmos.
Este tema é relevante, porque cada vez que Mário Soares critica (e bem) a política do Governo, a direita tem a mania de relembrar palavras de Mário Soares de então.
O que a crónica de Nicolau Santos vem apontar é que as diferenças entre as intervenções do FMI, na década de 80 e agora, são tão grandes como o buraco que o Governo insiste em escavar.
Sem preconceitos, revejo-me em cada uma destas palavras:
Artigo publicado em 19.10.2013
2013: novo exemplo do falhanço do Governo.
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Sócrates comenta o corte nas subvenções dos políticos.
Na Alemanha dos anos 30, no seguimento da 1ª Guerra Mundial e da grande depressão, adotou-se uma política de forte contenção, a bem conhecida austeridade, que afetou severamente a população alemã, gerando desemprego galopante.
Um senhor de bigodinho aproveitou a crise para ascender ao poder, com um forte apoio da classe média, particularmente afetada por políticas estúpidas.
Na Europa têm sobrado avisos, como este: Ministro francês acusa Durão Barroso de ser "combustível" da extrema-direita.
Mas as instituições europeias, e diversos governos europeus, ignoram qualquer alerta, que possa beliscar a sua conduta pró-mercados. Não há alternativa à austeridade, dizem-nos. Só não nos dizem é que a austeridade não afeta a todos. A austeridade serve os interesses daqueles que nos emprestam dinheiro a juros obscenos.
Mas a obstinação prossegue, mesmo quando os avisos, ou pesadelos, se tornam realidade, nada faz parar as indecências que nos impõem.
E o pesadelo já é real:
Marine Le Pen ganha município e derrota frente “republicana”
Partido de Marine Le Pen seria o mais votado pelos franceses nas eleições europeias
Sócrates analisa o corte de pensões de sobrevivência anunciado por Paulo Portas
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Sobre Marco António Costa, homem de confiança de Passos Coelho, podíamos ler no Público a 4 de setembro:
Hoje menos de um mês depois, já temos mais uma evidência do que é esta gente que nos governa: Gente sem escrúpulos, sem palavra, uma vergonha, um asco que a democracia produziu.
Estamos governados e presididos pela aquela gente que compra e vende ações a preços privilegiados e combinados com a gestão do BPN; por aquela gente que vende a EDP a preços de saldo a chineses com base em determinadas contrapartidas, que logo estão dispostos a esquecer; por aquela gente que sonha em fazer da educação um negócio; por aquela gente que está empenhada em acabar com um Estado Social; por aquela gente que diz que os cortes nas "gorduras" do Estado não afetarão os cidadãos, simplesmente porque acha que reformados e funcionários públicos são uma espécie de escória.
Enfim, somos presididos e governados por gente reles, sem palavra, que está a soldo de interesses de meia dúzia de patrões, e por cujas ações pagaremos bem caro durante largos anos.
Que repugnância que isto me mete.
Parabéns pelo seu blog, especialmente por este "in...
Quanto custa o Mario?
E os Homens da Luta, por onde anda essa gente? E a...
Tantos erros, e nem um culpado!
O problema é a raqzão porque Afonso Camões não diz...