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“O país aguenta mais austeridade?... Ai aguenta, aguenta.
Lembramo-nos desta resposta repugnante de Fernando Ulrich, Presidente do BPI. E na realidade: Temos de aguentar aumentos de impostos, novas SCUTs, cortes na saúde e educação, temos de aguentar o fim dos subsídios de férias e de Natal.
E para quê?
Em grande medida, para pagar juros usurários que os mercados nos têm cobrado. De acordo com a Direção Geral do Orçamento, em 2012, o custo com os juros aumentou 13,9% face a 2011!
Em 2012, Portugal gastou 6,9 Mil milhões de Euros só para pagar juros. Um valor que em 2011 tinha ficado à volta dos 6 Mil Milhões de Euros.
E os mercados têm rostos, nomes, contas bancárias que engordam, lucros que disparam:
Ganhos com dívida portuguesa terão levado BPI a atingir lucros 233 milhões em 2012
BPI aumentou a exposição à dívida portuguesa, mas as operações de venda de obrigações realizadas no quarto trimestre terão gerado ganhos de 125 milhões de euros, de acordo com as previsões do CaixaBI.
A troika tinha estimado que o PIB de 2012 ficaria nos 180.000 Milhões de Euros e dizia que o défice não poderia ser maior que 5% desse montante: os tais 9028 milhões (limite nominal establecido pela Troika para o défice). Ficámos abaixo desse montante, certo, mas o défice em termos percentuais não deixará de andar à volta dos 5%, mas como o PIB ficou abaixo de esperado (cerca de 166.000 Milhões de Euros), 5% disso dará 8.300 Milhões de Euros (O défice do Estado ficou nos 8328,8 milhões de euros). Esta lógica foi explicada aqui.
Claro que os 5% foram atingidos com receitas extraordinárias: receitas do 4G e venda do Aeroporto. Mas para inglês e povo verem, isso agora não interessa nada.
Fiquei contente que tenha havido (tal como o ano passado) um superavit no saldo primário (sem juros), o que significa q o Estado Social é sustentável, o que não é sustentável são os juros.
Num ano em que o PIB baixou 3%, noto que as receitas do IRC tenham descido 17,9%!!! Poderão existir algumas regras contabilísticas que justifiquem esta redução brutal das receitas do IRC, mas parece-me que a eficiência fiscal (leia-se evasão fiscal) das nossas empresas está de parabéns!
Conforme ontem prometido, publico agora um quadrinho com as sucessivas previsões sobre o PIB, défice e desemprego.
Esta nova versão do quadro apresenta os novos dados apresentados pelo Banco de Portugal, a 15 de Janeiro de 2013, e que revêem a previsão da crescimento do PIB para este ano para -1,9%. O orçamento do Estado previa que esse mesmo crescimento se fique nos -1% (a aqui está mais um desvio colossal, portanto).
Mais tarde atualizo os quadros que publiquei em Novembro. Mais um buraco. O Banco de Portugal prevê agora uma recessão para este ano de -1,9% e para o ano um crescimento de +1,3%. O Orçamento de 2013 baseou-se numa previsão de recessão de -1%. Qual será a explicação para mais este falhanço?
Quadros publicados em Novembro:
Cada vez que saem novas estatísticas, salta à vista o fracasso de toda esta política de austeridade, que ainda hoje foi tão elogiada por Passos Coelho.
O Banco de Portugal apresentou novos dados. Prevê -1,6% de queda do PIB em 2013. Em Março, há apenas 6 meses atrás, o BdP previa que em 2013 Portugal teria um crescimento zero.
Alguém ainda consegue explicar porque se insiste numa política que sai sempre pior que o previsto?
Depois de António Borges ter dito que o programa da Troika está a correr bem melhor que o esperado, é curioso recuperar esta notícia que o DE publicou no ano passado.
A economia portuguesa vai enfrentar uma recessão mais forte do que se esperava no próximo ano. O Governo vai rever em baixa a previsão de crescimento para 2012 no Orçamento do Estado (OE), face à quebra de 1,8% que consta do Documento de Estratégia Orçamental. A nova previsão tem implícitas mais medidas de austeridade, que ainda não foram anunciadas, e é mais pessimista que o cenário que está a ser trabalhado pela ‘troika' e pelo Banco de Portugal (BdP)".
O cenário macroeconómico que servirá de base ao OE 2012 não é animador. O Governo está a trabalhar com uma previsão de recessão acima dos 2%, que poderá ir até perto dos 2,5%, apurou o Diário Económico. Uma projecção mais negativa que a quebra de 1,8% prevista quer no Documento de Estratégia Orçamental - apresentado a 31 de Agosto -, quer na actualização do memorando de entendimento da ‘troika' - publicado a 14 de Setembro.
Ou seja, faz precisamente um ano, o Governo previa que a quebra no PIB este ano seria de -1,8%. A 25 de Setembro actualizou esta previsão para -2,5%. Agora, já sabemos que a quebra do PIB será de pelo menos -3%.
Temos de concluir, pois, que Borges deve ter escrito o discurso que proferiu ontem há cerca de um ano. O pior é esse detalhe, que se chama realidade.
Actualização das previsões, depois de Vitor Gaspar ter dito isto na passada sexta. Mais uma previsão, mais um tesourinho deprimente.
O descalabro das políticas do governo / troika em números. Hoje, a CE reviu em alta as previsões para o desemprego. Mais um ponto percentual, para 2012 e 2013, do que o Governo previu a semana passada.
Parabéns pelo seu blog, especialmente por este "in...
Quanto custa o Mario?
E os Homens da Luta, por onde anda essa gente? E a...
Tantos erros, e nem um culpado!
O problema é a raqzão porque Afonso Camões não diz...