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Ontem, ouvimos Marques Mendes dizer que a solução que o Governo / FMI está a preparar para o país passa por uma avalanche de novas privatizações concessões a privados de vários serviços públicos.
Do outro lado do Atlântico, a propósito do furação Sandy foram relembradas as palavras de Romney durante a campanha nas primárias do partido republicano, em 2011. Segundo Romney os gastos no Federal Emergency Management Agency - FEMA (o equivalente à Proteção Civil em Portugal) são imorais. Romney prossegue com argumentos parecidos com os de Passos Coelho na questão da refundação do Estado: "Temos de repensar o que o Estado pode ou não fazer, porque temos um dívida crescente", diz Romney.
Para Romney, a solução ideal é igual à de Passos (e que ontem Marques Mendes anunciou na TVI): "PRIVATIZAR" a FEMA.
Agora que o furacão destruiu e matou, agora que o trabalho da FEMA foi elogiado pelo auxílio prestado às populações, as palavras de Romney em 2011 podem vir a sair-lhe caro.
A imprensa não gosta de falar do BPN, a não ser que dê para bater no Constâncio. De vez em quando lá sai uma coisita, mas apresentado como se fosse a coisa mais natural do mundo: Maria Luís Albuquerque conhecia avaliações ao BPN
Parece q as avaliações do BPN feitas pela Deloitte e Caixa BI foram ignoradas, e o BPN vendido por cerca de 1/3 do valor avaliado. Razão tem o Marques Mendes ao dizer que a solução para o país passa por mais privatizações.
Centro de Saúde de Alenquer, inaugurado em 2012
O Governo tem bramido contra as PPPs, dizendo que estas originaram buracos incomensuráveis nas contas públicas, por culpa de Sócrates. Parecia que o Governo teria assim fortes razões para não criar novas PPPs. Por outro lado, empresas privatizadas como a Galp, Banca ou EDPs têm lucros galopantes, sem que o país pareça beneficiar grande coisa com isso.
Ontem, porém, Marques Mendes deu-nos os primeiros lamirés do que seria o plano de refundação do Estado. A ideia é, nem mais nem menos, do que criar um batalhão de novas PPPs, e um batalhão de novas privatizações.
Marques Mendes disse que o plano passará por: Reduzir funcionários, privatizar centros de saúde, entregar a privados a gestão da floresta pública, concessionar a privados os transportes públicos.
O que vai ser feito é assim apostar em modelos falhados, que se sabem ruinosos para o país (e estes modelos não falham apenas só em Portugal, veja-se o custo astronómico que a privatização do metro de Londres acarretou para os britânicos), mas que são um maná para meia dúzia de empresas.
Um verdadeiro crime!
Lucro da Galp sobe 57% para 277 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano
Parabéns ao Amorim, que seguramente estará satisfeito com os lucros galupantes da Galp.
Mas...que ganhamos nós, como povo, com isso? Quando a Galp foi privatizada prometeram-se preços dos combustíveis mais baixos , em função da gestão privada, que seria mais rigorosa, e da concorrência nos mercados.
Não me parece que esse benefício alguma vez se tenha visto.
Talvez Amorim retribue aos portugueses, que todos os dias enchem o depósito, através de receitas fiscais, contribuindo assim para ajudar a pagar a polícia que lhe vigia os postos de abastecimento, ou o sistema de educação que permitiu que os funcionários da Galp saibam matemática...
Ah...mas espere um momento...A Amorim Energia, SGPS está sediada na Holanda...Parece que também aí Amorim não quer partilhar com ninguém a riqueza que ganha à nossa conta...
Parece-vos isto bem?
Uma frase de Germán Efromovich, empresário colombiano que quer comprar a TAP, está em destaque no site do Expresso:
"Se a TAP não tiver um acordo laboral competitivo, Investir é suicídio."
Trocado em miúdos, isto quer dizer que se Efromovich entrar na TAP, é para despedir. O Governo exulta, o empresário despedirá e o povo suportará o encargo dos subsídios de desemprego a pagar a esta gente.
Mais um final feliz , de mais esta ação patriótica do Governo....
A coisa vai mesmo avançando, sem grandes debates públicos, e com uma oposição distraída pelo orçamento de Estado. Tudo parece pois encaminhar-se para uma "venda", ou melhor uma dádiva, a um empresário sul-americado de nome Efromovich, dono da companhia aérea colombiana Avianca, já que todos os restantes candidatos desistiram.
Segundo conta o Jornal de Negócios, "O Governo está satisfeito com o candidato, pelo encaixe estratégico das empresas", isto apesar de "a falta de competição ameaça reduzir o valor da venda. Pode mesmo nem haver encaixe para o Estado".
Temos assim um Governo que fica satisfeito por dar a TAP, companhia de bandeira, com enorme valor estratégico para o país e que é querida pelos Portuguses, a um empresário desconhecido entre nós.
Não só desconhecemos o empresário, como desconhecemos o que quer com a TAP: Pretende manter rotas com países lusófonos como S. Tomé, Cabo Verde? Pretende manter a mesma excelência na manutenção dos aviões, que tem permitido à TAP afirmar-se como das companhias mais seguras do mundo? Vai manter o número de funcionários, ou terá carta branca para atirar para o desemprego mais uns milhares de pessoas?
Nada disso parece preocupar os nossos governantes. Do alto da sua cegueira ideológica, o que importa é continuar a sua missão de destruir o Estado, e com isso destruir o país.
Dirão que a privatização da TAP está prevista no acordo com a Troika. Mas atenção: O acordo não prescreve a percentagem de capital a alienar.
E mesmo em relação à privatização parcelar, se o Governo informasse a Troika que não tinham surgido ofertas significativas, duvido que esta não estaria disposta a aceitar o adiamento de mais este ato de administração danosa.
E tudo isto mete raiva.
Alberto da Ponte dizia numa entrevista ao i, em finais de março deste ano que “Passos Coelho é o melhor primeiro-ministro desde Sá Carneiro”.
Tamanha enormidade, e vontade de agradar ao líder, é agora formalmente reconhecida e compensada:
Na Noruega, país que gere os recursos petrolíferos de forma exemplar, a exploração de petróleo está entregue à State Oil, que pertence em 67% ao Estado Norueguês.Os noruegueses sabem assim que beneficiam das receitas geradas pelo petróleo, um recurso natural escasso, que naturalmente pertence a todos.
Em Portugal, onde está instalado o far west económico, o Estado tem uns 8% da Galp Energia, através da Parpública e CGD, e provavalmente dentro em pouco ainda terá menos.
Tudo isto para me perguntar quais os benefícios que os portugueses recolherão se for descoberto petróleo ou gás em Alcobaça.
Sabe-se que foi dirigido um pedido para a aprovação de um plano de desenvolvimento e produção de petróleo e gás, dirigido ao Ministro Álvaro. E que esse pedido foi feito pela Galp e Mohave, uma empresa texana. A partir daí não se sabe mais nada.
Ganharemos alguma coisa que se veja, se for descoberto petróleo / gás em Alcobaça? Ou será que essas receitas não irão apenas engordar, numa qualquer off-shore, a conta bancária do Sr. Amorim?
Alguém me consegue explicar, porque é que se vende ao Estado Chinês uma empresa como a EDP, especialmente numa fase em que Portugal precisa de recursos do pão para a boca?
Parabéns pelo seu blog, especialmente por este "in...
Quanto custa o Mario?
E os Homens da Luta, por onde anda essa gente? E a...
Tantos erros, e nem um culpado!
O problema é a raqzão porque Afonso Camões não diz...