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A não perder.
Algumas recomendações:
Daqui roubei, este desabafo do deputado do PS Pedro Marques.
Há dias, Correia de Campos, tinha dito que "a troika tem pela frente uns panhonhas como são os nossos actuais governantes". A acreditar na revelação do FMI, segunda a qual quem se lembrou do corte de 4 mil milhões de Euros foi o Governo, quem é, de facto, panhonhas é a Troika, que consegue ser mais branda que o Governo nacional.
Mas ponho a reserva "a acreditar na revelação do FMI", porque de facto parece que hoje em dia já ninguém quer assumir a paternidade de tão idiotas políticas, que nos arruinaram. O jogo do empurra dá jeito, quando a coisa falha.
No fundo, acho que Governo, FMI, Comissão Europeia e BCE são todos farinha do mesmo Sachs!
Inequality Is Holding Back the Recovery, Texto de Joseph Stiglitz . 19 de Janeiro 2013
Realço alguns excertos:
"When even the free-market-oriented magazine The Economist argues — as it did in a special feature in October — that the magnitude and nature of the country’s inequality represent a serious threat to America, we should know that something has gone horribly wrong. And yet, after four decades of widening inequality and the greatest economic downturn since the Depression, we haven’t done anything about it."
There are all kinds of excuses for inequality. Some say it’s beyond our control, pointing to market forces like globalization, trade liberalization, the technological revolution, the “rise of the rest.” Others assert that doing anything about it would make us all worse off, by stifling our already sputtering economic engine. These are self-serving, ignorant falsehoods.
Market forces don’t exist in a vacuum — we shape them. Other countries, like fast-growing Brazil, have shaped them in ways that have lowered inequality while creating more opportunity and higher growth. Countries far poorer than ours have decided that all young people should have access to food, education and health care so they can fulfill their aspirations.
(...)
Globalization, and the unbalanced way it has been pursued, has shifted bargaining power away from workers: firms can threaten to move elsewhere, especially when tax laws treat such overseas investments so favorably. This in turn has weakened unions, and though unions have sometimes been a source of rigidity, the countries that responded most effectively to the global financial crisis, like Germany and Sweden, have strong unions and strong systems of social protection.
As Mr. Obama’s second term begins, we must all face the fact that our country cannot quickly, meaningfully recover without policies that directly address inequality. What’s needed is a comprehensive response that should include, at least, significant investments in education, a more progressive tax system and a tax on financial speculation.
The good news is that our thinking has been reframed: it used to be that we asked how much growth we would be willing to sacrifice for a little more equality and opportunity. Now we realize that we are paying a high price for our inequality and that alleviating it and promoting growth are intertwined, complementary goals. It will be up to all of us — our leaders included — to muster the courage and foresight to finally treat this beleaguering malady.
...tornando-o mais forte e menos vulnerável a lobbys privados, com uma real redistribuição da riqueza de ricos para pobres...
tirado daqui
Pedro Nuno Santos: por mim até podia ser amanhã, mas se não for amanhã que seja um dia: líder do Partido Socialista.
Pedro Nuno dos Santos, vice-presidente da bancada parlamentar socialista que apresentou hoje a demissão, considera que o Tratado é anti-democrático e diz "sentir-se inútil" como deputado.
O deputado socialista Pedro Nuno dos Santos afirmou hoje num colóquio, organizado pelo Instituto Europeu da Faculdade de Direito de Lisboa, que muitas vezes "se sente inútil" nessa qualidade e que "está farto de tanta responsabilidade que só nos conduz ao descalabro".
Horas antes, o deputado tinha apresentado o seu pedido de demissão de vice-presidente da bancada socialista, alegadamente por "razões pessoais". Segundo deputados próximos de Nuno dos Santos, a sua demissão ter-se-ia devido "a divergências políticas".
Em Dezembro passado, Pedro Nuno dos Santos notabilizara-se por ter feito declarações polémicas, num jantar partidário, sugerindo o não pagamento da dívida.
Já ex-vice presidente da bancada, Pedro Nuno Santos, responsável pelas questões económicas, apelou ao voto contra o Tratado Orçamental, cuja votação está agendada para 12 de Abril no Parlamento, fazendo ao mesmo tempo um violento ataque ao Governo e à "política da direita", em Portugal e na Europa.
"Tenho esperança até à última hora", disse. A direção socialista já sinalizou que é a favor da votação do Pacto.
Nuno dos Santos justificou a sua posição contra o Tratado por o considerar como não democrático: "não só passará a definir as metas como dirá aos países o modo e o tempo das suas escolhas".
Votar a favor, explicou, "é desistir da política ou fazer uma política de rendição". "Entre esta e o combate, só resta a política de combate, tanto no plano nacional como europeu e o Pacto orçamental é "um momento estruturante", destacou.
"Isto não está a funcionar", acrescentou, admitindo que a atual política até pode resultar no campo das contas públicas, mas "com um prejuízo social inaceitável numa sociedade que se dá ao respeito". "Entre a parede e a espada, é a espada", disse ainda.
Nuno Santos manifestou-se também a favor "do desmantelamento" do consenso que até agora tem prevalecido entre a direita e a social-democracia a respeito dos assuntos europeus porque "tal consenso é atualmente adversário da construção europeia".
Não é à toa que uma parte dos políticos não está interessada em não aliviar o aperto da economia, disse ainda, sublinhando que "esta é uma oportunidade histórica da direita para destruir o estado social. Nunca houve uma pressão tão grande como agora".
Para o deputado socialista, "a austeridade é a grande oportunidade que a direita, em Portugal e na Europa," têm para fazer o desregulamento e as privatizações.
"Vivemos uma situação de grande dificuldade", afirmou, acrescentando que "é tempo de acabar com o sentimento de culpa que os portugueses integraram, que gastaram demais e que vivem acima das suas possibilidades".
Pedro Nuno dos Santos criticou e responsabilizou a liderança do PS por, no tempo em que ocupou o Governo, não ter procurado alianças com os socialistas espanhóis e gregos, também no Governo, quando se assistia ao fenómeno inverso entre a Alemanha e França.
"Não se percebe como os países mostraram tal falta de solidariedade. É nesta divisão da periferia que o processo de austeridade foi imposto", concluiu, pedindo desculpa "se foi irresponsável".
"Estou farto de tanta responsabilidade que só nos conduz ao descalabro, não vemos perspetivas de vida nem económicas", concluíu.
O colóquio, "A Economia Política da crise do euro", realizou-se na Livraria Almedina Atrium Saldanha, com a participação dos professores Ricardo Paes Mamede e José Maria Castro Caldas.
Ando com pouca paciência para escrever sobre estas eleições. Não que as considere pouco importantes, pelo contrário, mas porque me sinto impotente para influenciar quem quer que seja. Mas cá vão alguns pensamentos que me têm ocorrido.
As eleições que se aproximam fazem-me lembrar um jogo entre o Benfica (ou Sporting, ou Porto, para ser democrático) e o Vila Real: Nada de bom pode acontecer ao clube grande, porque se ganhar nada há a celebrar. Se perder é um descalabro.
Se o PS ganhar (como espero) nada podemos celebrar, porque o que aí vem será duro e difícil de suportar.
Se o PS perder é um descalabro. Será o fim, ou pelo menos uma histórica machadada, num modelo económico e social, que apesar de todos os defeitos, permitiu que milhões de portugueses conseguissem ter acesso a um sistema de educação e que vivessem bastante melhor. Um modelo que fez com que Portugal atingisse valores de excelência em termos de cuidados de saúde, que nos fazem olhar para baixo quando nos comparamos com algumas das nações mais ricas do planeta. É triste, mas o caso não para menos, pois o PSD, justiça seja feita, cumpriu o que prometeu: apresentou um programa mais radical que o da Troika (se o programa do PSD fosse um combustível, teríamos de o chamar o programa Troika Plus).
O programa Troika Plus é um programa que levará a um aumento das diferenças entre ricos e pobres, que contribuirá para a exclusão de uma larga fatia da população nacional e a prazo ao empobrecimento geral do país. Foi o que aconteceu sempre que programas de cunho vincadamente liberais foram implementados (veja-se o que está a acontecer aos EUA na era pós-Reagan que apenas lucra a 1 ou 2 % da sua população - os estupidamente ricos).
Mas sendo o PS a ganhar, temos de ser realistas: Esta Troika que nos governará não trará boas noticias. Com a Europa a afundar-se num conservadorismo radical, com governos de direita a levarem a Europa para um beco sem saída, esta Troika vai impor privatizações em sectores chave, mudanças injustas na legislação laboral e cortes em serviços públicos.
A escolha é pois sempre má: É entre um Estado Social enfraquecido (programa Troika a ser aplicado pelo PS), e um Estado Social moribundo (programa Troika Plus, a ser aplicado pela turma do Compromisso Portugal, agora rebaptizada).
PS1 - continuo sem conseguir perceber como é que alguém que se diz de esquerda, como a malta do Bloco ou PC, pode continuar a dizer que foi boa ideia, nesta altura do campeonato, deitar um governo socialista a baixo...
PS2 - Apesar da derrota do PSOE em Espanha, ontem não se perdeu tudo: Os Verdes ganharam nas eleições de Bremen, na Alemanha. Esta Europa precisa desesperadamente de ser comandada por gente menos imbecil...
A entrevista já tem uns dias (publicada a 23 de Julho), mas hoje lembrei-me de novo de uma frase genial de Lula: "Provamos ser barato cuidar dos pobres. Difícil é cuidar dos ricos".
Esta frase faz-me pensar na actual fragilidade de Estado Social Europeu. Cada vez mais vozes se levantam para nos convencer que uma saúde tendencialmente gratuita não é possível, que uma educação pública sai demasiado cara, e que todo este modelo, que levou séculos a construir na Europa, é insustentável. A receita já nós a conhecemos: privatizar aqui, liberalizar acolá.
Mas o que a frase de Lula tem de genial é que ela nos aponta para outra receita: Não terá a crise do Estado Social outras origens?
Quando se pagam milhões a empresas (privadas) alemãs para contruirem submarinos, sem cuidar de contrapartidas; Quando se pagam milhões a Lusopontes e Brisas para fazerem estradas e pontes, em negócios que soam sempre a ruinosos para o Estado; Quando a ADSE (pública) cobre despesas nos Hospitais da Luz (grupo BES) mesmo existindo um Hospital Público (Santa Maria) a dezenas de metros...
São apenas três exemplos que nos custam dinheiro a todos, mas que beneficiam meia dúzia. Será esta a raíz do mal do Estado Social?
Parabéns pelo seu blog, especialmente por este "in...
Quanto custa o Mario?
E os Homens da Luta, por onde anda essa gente? E a...
Tantos erros, e nem um culpado!
O problema é a raqzão porque Afonso Camões não diz...